Ainda que eu me perca no vale escuro da solidão, eu sei que do outro lado tuas mãos estarão a me esperar.
Ainda que eu me afogue nas águas salgadas que escorrem de meus olhos, eu sei que em tuas mãos estará o lenço que irá enxugá-las.
Ainda que eu me perca dentro de mim mesma, eu sei que onde houver um único feixe de luz, eu poderei ver tuas mãos entendidas para mim.
Ainda que eu caminhe sobre patas que irão sorver o sangue de meus pés, eu sei que onde ir me assentar, á minha frente estarão tuas mãos e nelas a cura para meus ferimentos.
Ainda que eu gele em noites de nevasca, eu sei que ao meu lado estará você e sobre o meu corpo estarão tuas mãos a me aquecer.
Ainda que meus olhos se fechem para este mundo, e se abram em outro, eu sei que a primeira coisa que irei ver serão as tuas mãos a me chamarem.