LETARGIA
Naquele quarto, pegadas de sangue brilhavam no chão.
No branco cego das paredes, trechos de histórias ali, vividas, contadas e escritas á mão.
Pelo longo corredor ecoam vozes distintas de minha alma.
Vozes que contam a dor de uma paixão negada.
No espelho, imagens distorcidas revelam o que ninguém mais vê.
Reflexos que mostram rosas sendo espalhadas sobre um colchão.
Uma paixão selvagem que, aos poucos, fez-se sangrar o corpo, a alma e os olhos de quem a viveu.
Uma dor vazia no quarto repousa.
Cortando os pulsos da agonia e do sentir gélido de quem nunca viveu um amor.
Arrasando com a dor.