O tempo que eu tinha não mais pertence a mim.
Já não mais reconheço a voz que ecoa dentro de mim.
Não sinto mais prazer nem com dor.
Já não adianta mais fechar os olhos.
Só me resta esperar que o som do silêncio me abrace.
Já está tudo quebrado dentro de mim.
Os pedaços se espalham aos milhares, nem que eu juntasse um a um conseguiria me reconstruir.
Está tudo perdido.
Está tudo apagado.
E somente o silêncio ecoa entre as paredes da minha alma.
O toque está frio.
O olhar está perdido.
Não há mais paz aqui dentro, porque a alma que aqui habita está partida.
Não há mais sangue em minhas veias, porque o coração está ferido e se esvaindo.
Vozes gritam, mas o som do silêncio é mais alto que o som que sai de suas bocas.
Estilhaços de vida me rasgam, mas o som que jorra é mais denso no silêncio, pois o som do silêncio grita mais alto que tudo.