Somos todos insânos.
Ela adere a nossa alma como um verme a carne podre.
Então, como não dizer que somos todos insânos?
Todos vivemos acorrentados ao abismo da ilusão.
Ah, essa insanidade tão brutal e cruel quanto os pensamentos de um louco apaixonado pelo seu próprio eu.
Os insânos perdem o controle, mas o controle não abre mão do controle da máquina dos desejos insânos.
Somos todos insânos com essas lágrimas secas que rasgam nossas bochechas.
Somos todos insânos com essas mãos trêmulas que tremem ao acarinhar o tormento ingável de um amor iniciante.
Somos todos insânos com essa vontade que vai espetando o coração palpitante a ponto de sangrar na carne.
O insâno é silêncio gritante nos ecos infundados.
O insâno é escuridão luminosa no mundo tenebroso.
Os insânos são as cinzas de sonhos mortos nas abas do espaço da vida.
Os insânos são as insanidades que a mente prega e se apega aos restos de uma mente deturbada.
Somos todos insânos!
E isso é viver...