Eu tentei.
Eu tentei por muitas e muitas vezes, eu tentei.
Tentei trazer do passado boas lembranças que acalmassem a aflição de meu peito.
Vasculhei em seus diários em busca de alguma palavra que sua mão tivesse escrito e que tivesse o dom para arrancar a saudade que esmaga minha alma. Mas só seu cheiro encontrei.
Olhei fotos suas á procura de seu semblante mais doce para que meu cérebro pudesse guardá-la, e em noites de pesadelos tempestuosos pudesse me ninar.
Vivo trancado neste quarto que sem você tornou-se minha doce, desolada e fria prisão.
Perambulo da cama para a cadeira pensando em um passado que não existe mais e num futuro que foi destruído por esta maldita maldição de aço e fogo.
Tua voz se tornou minha canção, e mesmo que o dia nos afaste, a noite te faz vir ao meu encontro novamente.
Você, meu guardião, andarilho da noite.
Você, lobo que devora meus pensamentos.
Você, meu lobo de armadura de aço que me abriga das tempestades.
Você, meu lobo de aço e fogo.