A tempestade ruge lá fora como um leão feroz, mas é só a mim que ela estraça-lha.
Meus olhos estão fechados para não vê-la, mas ouço seus gritos e o peso de sua fúria em minha cabeça.
Eu já sofri toda a violência de seu espírito sofrido, e as vezes ainda me rasga por dentro.
Já nem sinto mais as minhas lágrimas, mas através do espelho da minha alma ainda as veja.
Já nem sei o que esperar...
A vida que carrego em pedaços por onde quer que eu vá é só mais um caram.
Não pare de tentar jamais!
O último sussurro audível depois das gotas de lágrimas a pingar.
As paredes de minha alma estão ruindo e caindo aos montes dentro de mim. Ouço os estilhaçar, e nada posso fazer.
Eu continuo aqui como um fantasma entre os vivos.
Eu continuo, tentando não me tornar um amontoado de tijolos que o tempo consumiu.
Continuo esperando que o mundo ao qual me encontro presa, um dia acabe por me engoli...
ou me libertar.
Continuo apesar de chorar no silêncio, pois continuar também é o meu carma.