GLADIADOR

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GLADIADOR

Foi a um longo tempo atrás, mas eu jamais esqueci.

E sabe por que?

Porque foi ontem que - um louco sonho adolescente- me fez lutar como um gladiador das arenas de Roma.

Quanto mais eu apanhava, mas eu lutava.

A cada golpe de lanças de dor e espadas de desespero eu sangrava na névoa de sentimentos dentro de mim.

Ninguém sabe o meu nome e nem meus motivos de lutar - e tão pouco importa- pois se estão aqui é para presenciar a derrota de quem amou e foi ferido pelo punhal do mesmo.

Minhas pernas já fraquejam, meus braços mal conseguem suportar o peso do meu já frágil escudo.

Meus grilhões estão abertos e mesmo assim meu sentido de escravidão me mantém alerta para o chicote de minha raiva.

Gladiador?

Sim, é assim que me sinto.

Humilhado(a), espizinhado(a),ferido(a) em carne viva- de joelhos estou e com os ossos esmigalhados e o abraço da morte já a me envolver como um pesado casaco.

Me ergo só para ter meu triunfo de morrer em pé, olhando nos olhos do demônio que me acorrentou ás chamas da vingança e, ainda como um gladiador aplaudido(a) de pé eu fui.

E além das portas da arena da glória eu fui de encontro á minha liberdade.