Adeus?
Por favor, eu te suplico, não repita mais essa palavras.
Adeus...
Se você soubesse o quanto ela me fere.
Sinto como se um pinhal atravessasse meu peito de um lado ao outro.
Dói demais ouvir o seu adeus.
Justamente de seus lábios; lábios tão doces que ainda posso sentir seu gosto nos meus.
Nunca imaginei que um dia você me diria adeus.
Rio sozinha quando me pego lembrando que eu te seguia como sua sombra, te observava do meu vidro do meu carro e até mesmo detrás de um poste.
Tola...
Juro, tentei não fazê-lo, mas me foi impossível.
Amor?
Adeus.
Uma única palavra, mas que fere de inúmeras maneiras.
Adeus?
Quando seus lábios a pronunciaram e seu olhou focou no meu foi como um portal de agulhas cruzando por nós, mas com a diferença de que somente eu sangrei.
Adeus.
Muito tempo já se passou, mas as lágrimas ainda queimam meus olhos, mas, felizmente meu coração já não sangra mais; as casacas já cobriram o ferimento, mas a cicatriz está lá.
No outono ainda me sento em frente a janela e vejo as folhas rolarem em frente ao vidro.
No inverno ainda continuo aqui só que agora é a chuva que açoita minha alma e faz meus pensamentos se perderem dentre os raios e trovões que repartem o céu bem como você fez com o meu frágil coração.
Na primavera quando as flores começam a nascer - um simples sorriso surge em meus lábios - mas ao toca-las, eu me lembro de sua pele contra a minha e, então seu adeus sussurra no ar e com ele a tristeza retorna.
No verão nem mesmo o sol escaldante consegue derreter as marcas gélidas que seu adeus deixou em mim.
Adeus.
Ah, por quê?
Por que seu adeus não sai da minha memória?
Por que seu toque não abandona minhas mãos?
Por que seu rosto me persegue em sonhos?
Por que, simplesmente, eu não consigo te dizer adeus?
A página do adeus já foi fechada, resta-me saber se eu vou conseguir me levantar dessa cadeira, sair pela porta e sorrir...em vez de chorar.
Adeus...