Á SOMBRA DA VIDA
Tropeço em passos perdidos onde as pedras não me ferem mais.
Passos de pessoas que jamais voltarão.
Esquecidas.
Entre as paredes de meu quarto eterniza-se um eco de dor em palavras.
O sangue que em minhas veias corre.
Ouça.
O coração que em meu peito sussurra.
Você consegue compreender?
Sombras que por mim passam e me deixam perdida. Insegura.
No ar há um cheiro de amor que jamais se acabara, mas que não vem dos jardins de rosas e sim de muralhas abandonadas por onde passei e deixei pensamentos insólitos.
Perdidos.
Nesta longa e fria rua de solidão vagueia um destino.
O meu.
Seu?
Foi um destino de amargas lembranças agora enterradas de tempos em tempos em lençóis já frios.
Hoje um fantasma.
Hoje já não há mais morte, apenas um vazio.
Meu.
E o seu?